sábado, 2 de outubro de 2010

A Neblina

A neblina deixa o ambiente macabro, maneiro,
desperta a adrenalina e o medo.
A apreensão pelo despontar de algo pavoroso
deixam os olhos estalados e curiosos.
Mas... por que não a borboleta?
Na neblina elas também estão vivas.
Onde estão as cores flutuantes que embelezam o meio dia?
Parece que algo vai acontecer...
Tudo é desconfiável...
Tudo é morto, tudo é vivo parecendo morto.
A diferença entre morto e vivo não está no movimento,
nem na aparência.
Tem muita coisa que acreditamos estarem vivas mas não temos certeza.
A cidade não adormece, a cidade esconde.
A cidade não anoitece...
Aonde?
Breno de Assis

domingo, 15 de agosto de 2010

Um Certo Poema

O auge é acústico.
O heterônimo sai de cena.
Surge a alma, o âmago.

Amores e amarguras expressados
através de melodia simples e leve.
Um sussurro tão forte,
quanto a morte de um ser amado.

As lágrimas, não se sabem se doces ou salgadas,
correm hora por prazer, hora sem querer.
E no desenlace do agradecimento
a euforia toma conta de tudo.

As mãos, palmadas em aplausos,
fazem pausas entre palmas e lenços
e é nesse momento em que fecham-se as cortinas,
ficando na lembrança "um certo poema".

Breno de Assis
Por que questionar o início de tudo?
Talvez porque somos curiosos e xeretas.
Mas perguntar é nobre, sabe por quê?
Pois é perguntando que descobrimos
o porquê de coisas ocultas ao nosso conhecimento.

Breno de Assis

Poeta de Mim

O que escrevo é poesia sim!!!

Para que esperar a opinião dos críticos?
Minha poesia é simples, direta.
Pode ser que falte vocabulário,
mas a mensagem é passada e é isso que importa.

Se não posso ser poeta do mundo de muitos,
sou poeta do meu.
Tenho minha literatura e meu rebanho.
Eu escrevo, eu entendo.

Poesia é estar só,
é na solidão que surgem os versos,
é sozinho que o pensamento ecoa em palavras.
Se assim vive o poeta,
por que esperar que alguém me classifique como tal?

Sou poeta de mim e ponto final!

Breno de Assis

terça-feira, 20 de julho de 2010

O amor não tem dor, tem medo.
A abelha não tem raiva, tem mel.
Não existe certeza sem receio,
nem paixão num coração ao léu.

O amor é luz acesa entre crepúsculos,
são frases soltas ecoando entre si,
o amor é verdade que salta do peito em forma de verso,
de um poeta que chora, feliz, quando lembra de ti.

Breno de Assis
"Poesia é amargura,
mel celeste que emana de um favo invisível
que as almas fabricam.

Poesia é o impossível feito possível,
Harpa que tem em vez de cordas,
corações e chamas."

Federico García Lorca

sábado, 23 de janeiro de 2010

Saudade

Saudade é contar a chuva no telhado,
é uma só risada em frente a televisão,
é saborear sozinho um açaí gelado,
saudade é a luz da vela na escuridão.

Saudade é querer dormir e não ter hora,
é pegar um enigma para resolver,
é lembrar de novo a mesma história,
saudade é olhar sem perceber.

A chuva cai como se o tempo não importasse,
a TV no escuro ilumina o seu falar,
é como se o sono apenas comunicasse,
que a saudade resolveu ficar.

Breno de Assis

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O sonho...


Existem formas de se apaixonar,
se apaixona por um carinho, um gesto ou um olhar.
Tem gente que apaixona em um sonho,
tem gente que sonha com uma paixão,
eu vivo lúcido num sonho irreal
e mergulho louco em olhos puros de amor.

Breno de Assis

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Estar em Nara


Ser, sentir, pressentir,
ter com quem falar, cavaquear.
Brincar, sorrir, desafiar o "sim",
Causar em ti um apego, afeto-te.

Estar em Nara é;

Correr ao vento, num gracioso tempo,
voar sem medo, sem receio de cair,
ser pluma leve ao soprar do céu,
descobrir o sorriso por baixo do véu.

Está em Nara o meu apego, meu calor.
Está em Nara o tempero, meu sabor.
O sentido, o caminho de casa,
amizade e carinho eu sei que és Tainara.

Estar em Nara é;

Como o sol poente, lua fonte no oriente.
É borboleta procurando o amor, linda-flor.
É pintar um quadro comovente,
É "Moça à Janela" de Salvador.

Breno de Assis